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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“O processo de aquisição da linguagem, escrita e do raciocínio matemático do aluno com Síndrome de Down”


 “O processo de aquisição da linguagem, escrita e do raciocínio matemático do aluno com Síndrome de Down”


INTRODUÇÃO

Este trabalho faz uma reflexão sobre a inclusão, à aquisição da leitura e escrita e do desenvolvimento do raciocínio matemático por parte do aluno com síndrome de Down. O estudo desse processo pode nortear uma reflexão sobre as ações práticas que sejam eficientes e importantes na atuação de sucesso do psicopedagogo na escola, bem como auxiliar o professor que tem em sua sala de aula alunos inclusos portadores dessa síndrome.
Para identificar e compreender melhor as limitações desse indivíduo em relação a como se dão esses aprendizados faz-se necessário a caracterização básica da sua fisiologia;  uma breve descrição de como se dão os processos de aquisição desses conhecimentos e por fim uma sugestão de metodologia adequada para que seja cumprida a missão maior do professor, segundo Comenius (2001), “ensinar tudo a todos”.


CONHECENDO UM POUCO MELHOR O ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN

DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MENTAL

Nos anos 30, pesquisas indicavam que, as causas da síndrome de Down estavam relacionadas a problemas cromossômicos. No entanto, foi em 1956, que as técnicas laboratoriais mais apuradas, puderam constatar cientificamente que a criança com a síndrome de Down possui uma anormalidade cromossômica, ocasionada por uma falha no mecanismo de divisão celular no momento da formação do embrião, na concepção do indivíduo.
Esse cromossomo extra traz os genes que interferem no desenvolvimento do feto dando a ele algumas características físicas diferentes e produzindo um efeito nocivo na função cerebral. Tais portadores dessa síndrome podem sofrer vários problemas médicos desde a infância até a vida adulta, numa proporção maior do que a maioria das pessoas. Sabe-se que o crescimento corporal dessas crianças mostra-se um pouco mais lento, e por dificuldades de adaptação de alimentação adquirem mais peso que as crianças de sua idade.
No aspecto social, são dóceis e amorosos nos relacionamentos.
Os desenvolvimentos motor e mental também são mais lentos, e por isso na infância,  enfrentam dificuldade natural na aquisição de algumas habilidades. O que não quer dizer que não podem se desenvolver, mas que necessitam de atenção um pouco maior, tanto para os primeiros anos de vida em família como na sua inclusão escolar e social, por parte dos professores e demais profissionais.

Existem algumas características que estão intimamente relacionadas à síndrome,
como por exemplo: comportamento calmo e afetivo, prejuízos intelectuais, distúrbios de comportamento, desordens de conduta e dificuldades generalizadas que afetam a linguagem, a autonomia, a motricidade e a integração social. (MORAES, KUBASKI, 2009)



A AQUISIÇÃO DA ESCRITA E LEITURA

Ao analisar o processo de aquisição da leitura e escrita, em termos gerais, percebe-se que este a apropriação do signo ou código se torna eficiente quando se relaciona a ação de ler e escrever em sua maneira prática com a da percepção do seu uso histórico-social, respeitando o tempo e a individualidade de cada um.

(...) o professor precisa conhecer as concepções que a criança desenvolve a respeito da língua escrita enquanto está construindo suas hipóteses e que tenha consciência de considerar os erros dessa criança como algo positivo no momento em que ela está em processo de apropriação de um código. MORAES, KUBASKI (2009)

A primeira face dessa aquisição é a apropriação e o desenvolvimento da consciência fonológica. REGO (2010) ressalta:

(...) se considerarmos que o desenvolvimento da consciência fonológica é um facilitador da evolução psicogenética e da aprendizagem da leitura e da escrita transformaremos este tipo de reflexão num alvo pedagógico durante o processo de alfabetização.


Em se tratando de alunos com síndrome de Down, o processo de alfabetização e letramento tem essa mesma base porém, em um ritmo adequado à proporção ao seu desenvolvimento.
Considerando a sua capacidade individual como qualquer outra criança, MORAES, KUBASKI (2009) afirma que “o déficit cognitivo que esses indivíduos apresentam, devido a sua síndrome, não irá impedir que eles se alfabetizem, porém ela acarretará uma alteração no ritmo de suas aprendizagens”. 



O RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Na apropriação do raciocínio lógico matemático, constata-se que além de se fazer necessário um mediador que compreenda a matemática como ciência e saiba da importância de se ensiná-la como tal, também é imprescindível que a criança já tenha alcançado a maturidade fisiológica ou o desenvolvimento mental próprio para apropriação da capacidade de abstração.
ATT21 (2005), apud GROENWALD (2010), afirma que as apreensões e compreensões e do conhecimento matemático se dão por meio de percepção, memória e linguagem.
PEREIRA (2012) lembra que o aluno aprende com o seu erro, desde que ele o resolva corretamente. E, para que isso aconteça, o mediador deve levar o aluno à reflexão sobre a sua ação indicando as possibilidades, permitindo que este compreenda o seu próprio raciocínio. Essa prática pedagógica é necessária para que o pensamento lógico-matemátco seja desenvolvido de maneira comum a todos os alunos.
Os alunos com síndrome de Down apresentam dificuldades de generalização, reflexão, lentidão na absorção e na acomodação da informação. O processamento de resposta ao abstrato é dificultado pela pequena capacidade de armazenamento de aprendizagens.

As características de aprendizagem em pessoas com SD são: como em leitura, em
Matemática, etc., esquecem rapidamente; apresentam tendência a evitar tarefas que são difíceis; dificuldades na aprendizagem da Linguagem, na comunicação e nos aspectos expressivos; apresentam pouca motivação para determinadas tarefas. Assim, esses aprendizes apresentam dificuldades visual e auditiva, para reconhecer objetos em três dimensões e fazer cópia e reprodução de figuras geométricas, necessitando de atividades práticas e motivadoras, pois levam mais tempo para processar as informações; apresentam dificuldades de memorizar e assimilar os conceitos matemáticos necessitando de atividades com materiais concretos; e possuem diferentes anomalias, apresentam dificuldades de comunicação, precisam de uma operação mental de abstração mais sintetizada para organizar o pensamento e processar o vocabulário durante a aquisição do conhecimento.(GROENWALD, 2010)

Para esses alunos, a prática pedagógica deverá ser diferenciada no sentido de uso de metodologia e tempo de execução de plano de ensino.


METODOLOGIA ADEQUADA


O processo de aquisição da leitura, escrita e pensamento lógico-matemático seguem a mesma base. A prática didática fundamentada corretamente trará os frutos nesse projeto. O professor precisa conhecer o aluno em sua individualidade, observar o seu tempo de aprendizado, o seu ritmo pessoal e adequar o método.

É de suma importância, que o professor utilize uma metodologia adequada a realidade do contexto escolar no qual se encontram essas crianças. É preciso instigar o aluno, motivando-o para que ele conquiste sua autonomia no processo de apropriação da leitura e da escrita.MORAES, KUBASKI (2009)


Ação essa que poderá ser a mesma aplicada numa sala homogênea, porém com a análise de adequação do tempo de alcance.
Leituras com representações, visualizações; atividades práticas com materiais concretos e o uso de softwares matemáticos como o (ITS) Sistema Tutorial Inteligente, com programas específicos para cada uma dessas áreas, podem colaborar para a inclusão do aluno com síndrome de Down em seu aprendizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Seja o aluno, detentor dessa síndrome ou de qualquer outra dificuldade a conclusão que se chega é a mesma: respeito à individualidade, observação e prática da pedagogia do ensinar se baseado nos diversos estudos das ciências cognitivas, trarão êxito a qualquer projeto de inclusão.
Observando muito mais a qualidade da atenção dada a esses alunos do que a quantidade, tratando-os com amor e paciência, o professor terá sua conquista realizada.
No caso dos alunos com a síndrome de Down, a paciência e a perseverança, por parte tanto da família como do professor, são requisitos essenciais para o bom desenvolvimento de suas potencialidades.

·         Este Artigo é de autoria de Simone Guimarães Custódio. Pedagoga, licenciada pela Universidade Anhanguera Uniderp. Artigo publicado no seu blog pessoal em 23/10/2012. http://educacaodequalidadeatodos.blogspot.com.br/2012/10/o-processo-de-aquisicao-da-linguagem.html

REFERÊNCIAS

COMENIUS, I. A., Didáctica Magna. Fundação Caloust Gulbenkian, 2001. Versão para e-books, pela EbooksBrasil.com. Disponível em <http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/didaticamagna.pdf>. Acesso em 10 out. 2012.

GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira; et al.. Eixos convergentes na aprendizagem matemática de alunos com Síndrome de Down. Revemat: Revista Eletrônica de Educação, v. 5, n. 1, p.25- 37, Florianópolis, 2010. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/revemat/article/ view/1981-1322.2010v5n1p25>. Acesso em: 10 jun. 2012.

MORAES, Violeta Porto; KUBASKI, Cristiane. As inquietações ocasionadas na alfabetização de crianças com Síndrome de Down na rede regular de ensino.EDUCERE, 2009. Disponível em: <http:// www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3199_1785.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2012.

PAULA, Lucimara, Alfabetização e Letramento, p. 1-70, 2012.
Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 1 fev. 2012.

PEREIRA, Potiguara Acácio. Desenvolvimento do Pensamento Lógico Matemático. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012. Disponível em: <www.anhanguera.com>. Acesso em: 1 fev. 2012.

PUESCHEL, Siegfrield. Síndrome de Down: guia para pais e educadores. São Paulo:
Papirus, 1993.

REGO, L. L. B. Alfabetização e letramento: refletindo sobre as atuais controvérsias. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alfbsem.pdf>. Acesso em 10 out. 2012.

SILVA, Nancy Capretz Batista da Silva, Aquisição da linguagem e escrita p. 1-70, 2012.
Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 10 set. 2012.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Encontro OJED - dia 27/03/12

No último encontro do OJED dia 27/03 o nosso grupo discutiu o texto: A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade de Maria Aparecida Gugel[i], a fim de compreender que o direito das pessoas com deficiência não estão dissociados dos fatos históricos, reveladores que são do desenvolvimento da sociedade e da conseqüente elaboração de suas leis, as discussões seguiram por uma incursão histórica da pessoa com deficiência no cenário histórico de nossa civilização partindo da época primitiva aos dias atuais.
Uma das participantes do grupo, que possui deficiência auditiva, abordou parte da história do desenvolvimento do uso de Libras (Língua Brasileira de Sinais) em nossa sociedade bem como sobre sua história de pessoa surda no ambiente familiar, escolar e social.
Outra participante do grupo, intérprete de Libras, também ofereceu contribuições significativas para a compreensão da vivência do surdo em sociedade e a atuação do intérprete nesse cenário de inclusão.
As discussões seguiram por meio de reflexões acerca do texto com as contribuições dos demais participantes presentes (ao todo 36 pessoas).
O grupo conta atualmente com alunos dos cursos de Pedagogia, Geografia, História e Psicologia; professores da Rede Pública e Privada de Ensino de Jataí e professores da Pedagogia.

[i] GUGEL, Maria aparecida. Pessoas com Deficiência e o Direito ao Trabalho. Florianópolis: Obra Jurídica, 2007. SILVA, Otto Marques Da. A Epopéia Ignorada: A pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e de Hoje. São Paulo: CEDAS, 1986.

segunda-feira, 26 de março de 2012

SONHO E REALIDADE: A QUESTÃO DA MARGINALIZAÇÃO EM “VIDA MARIA”*


GUIMARÃES, Silvon Alves (graduando em História pela Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)

SILVA, Tatiane Pereira (graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)

ROCHA, Leonor Paniago (Professora no Curso de Pedagogia na Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)



O objetivo deste trabalho foi propor uma reflexão sobre a questão da marginalização através do curta-metragem "Vida Maria" - de pouco mais de oito minutos produzido por Márcio Ramos que conta de forma concisa e com toques de humor a contradição entre os desejos pessoais e a realidade que se impõe a qualquer pessoa. Segundo o autor do curta, a ideia central surgiu de sua própria experiência, da contradição entre um sonho [realização do curta] e a realidade [a rotina diária de trabalho] que se impõe a ele todos os dias. Ramos apresentou um ciclo na vida de Maria José, que é obrigada a largar os estudos para ajudar nas tarefas diárias da família. Assim como todas as Marias em sua infância, Maria José gosta mesmo é de "desenhar palavras" em seu caderno.
Repreendida pela mãe, Maria vai ao quintal executar as tarefas da casa. De forma muito interessante, Ramos mostra a repetição deste ciclo passando ao menos por três gerações. Assim, com toques de humor, o diretor cearense consegue falar em oito minutos sobre a triste situação socioeconômica vivida por muitas gerações de pessoas no Brasil que deixam seus sonhos para trabalhar e ganhar o sustento. Por meio dele pode se refletir sobre o fato de que historicamente as condições econômicas têm colocado, não apenas a mulher nordestina, mas muitos de nós na situação de marginalização. Segundo Michel Foucault (2001) marginal é todo aquele a quem é negado o direito de integração, por falta de educação e por falta de oportunidade, o que nos leva a inferir que Maria de “Vida Maria” representa os mais quinze milhões de brasileiros, segundo o IBGE 2010, que vivem à margem da sociedade, longe da escola deixando a cada dia seus sonhos de lado.
REFERÊNCIAS:
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. 24 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
IBGE 2010. Disponível WWW.ibge.gov.br
 * trabalho apresentado como poster no II Congresso Internacional de História da UFG/Jataí, no período de 26 a 30 de setembro de 2011

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você Pode Tudo



Video Apresentado na abertura do Grupo de Estudos Sobre Diversidades promovido pelo OJED. O Video Mostra que a Superação é possível. Você PODE TUDO!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Projeto: Educação, Diversidade e Direitos Humanos... Continuação

 Os Projetos do OJED caracterizam-se como atividades de pesquisa e extensão da UFG/CAJ e tem como responsáveis pelas ações as professoras do Curso de Pedagogia, Leonor Paniago Rocha, Hercília Maria Fayão Beneti, Joana D’arc Moreira Alves, Halline Mariana Santos Silva e Renata Magalhães Naves. Na ocasião as professoras explicaram em que consistirá esta nova fase do projeto e os graduandos puderam expressar suas expectativas em relação ao projeto.








Finalizando tivemos um Coquetel e a oportunidade de relacionarmos com nossos amigos.







Sejam Bem-Vindos(as) todos(as) os que irão integrar este projeto. Fica também aberta a porta para quem mais desejar conhecer e apoiar esse projeto de inclusão, aceitação e respeito à diversidade.

Projeto: Educação, Diversidade e Direitos Humanos ... Continuação

O objetivo do OJED é oferecer capacitação a professores da educação básica, gestores, educadores e representantes de lideranças sociais; sistematizar, e publicar ações em prol da aceitação da diversidade e poderá ser realizado em parceria com instituições que ao longo dos trabalhos apresente interesse em oferecer contribuições a esse projeto.
A UFG/Campus Jataí oferece oportunidades a todos de estarem fazendo parte desta grande família, pra isso é necessário que nos capacitemos para receber os diferentes, os que têm necessidades especiais, afim de que sejam realmente incluídos entre nós.
Incentivados pela Professora Hercília, todos os presentes treinaram um cumprimento em língua de sinais, para darmos boa noite ao graduando Edmilson. A tarefa ficou mais fácil porque contamos com a preciosa ajuda do Professor Gabriel que ministra cursos de língua de sinais.






Um dos momentos altos do encontro foi o depoimento dos alunos de graduação Edmilson e Daiane. Portadores de deficiência auditiva, eles nos relataram um pouco das dificuldades que tiveram de enfrentar para estarem ali na Universidade. As suas experiências muito nos enriqueceram e abriram ainda mais nossas mentes para a necessidade de não sermos apenas apoiadores passivos da inclusão. Precisamos agir, estar na dianteira em aceitar a diversidade.




Continua............................

Projeto: Educação, Diversidade e Direitos Humanos

No dia 13/03/2012, terça-feira, tivemos a abertura dos trabalhos do Projeto: Educação, Diversidade e Direitos Humanos mantido pelo Observatório Jataiense de Estudos sobre Diversidades (OJED) criado por professores do Curso de Pedagogia e alunos de graduação da UFG/ Campus Jataí.  O projeto tem como objetivo discutir com professores da educação básica, gestores, educadores e representantes de lideranças sociais as questões ligadas ao tema; sistematizar, e publicar ações em prol da aceitação da diversidade. No âmbito do Projeto, serão incentivados os estudos que contemplam, no campo educacional, as discussões sobre questões étnico-raciais, educação de jovens e adultos e educação especial com o propósito de alargar o conhecimento nessas áreas.
Foi com imensa satisfação que recebemos um enorme apoio de graduandos, ex-alunos, professores e alunos egressos.



Vale lembrar que as atividades do projeto Educação, Diversidade e Direitos Humanos, refletindo com educadores sobre educação e diversidade iniciou em 29/08/2011 com a realização de pesquisa acerca dos interesses e necessidades das ações a serem desenvolvidas. A partir de agora, 13 de março, inicia-se a etapa de discussões sobre a temática da Inclusão e respeito aos diferentes.








Continua.....................