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segunda-feira, 26 de março de 2012

SONHO E REALIDADE: A QUESTÃO DA MARGINALIZAÇÃO EM “VIDA MARIA”*


GUIMARÃES, Silvon Alves (graduando em História pela Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)

SILVA, Tatiane Pereira (graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)

ROCHA, Leonor Paniago (Professora no Curso de Pedagogia na Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí)



O objetivo deste trabalho foi propor uma reflexão sobre a questão da marginalização através do curta-metragem "Vida Maria" - de pouco mais de oito minutos produzido por Márcio Ramos que conta de forma concisa e com toques de humor a contradição entre os desejos pessoais e a realidade que se impõe a qualquer pessoa. Segundo o autor do curta, a ideia central surgiu de sua própria experiência, da contradição entre um sonho [realização do curta] e a realidade [a rotina diária de trabalho] que se impõe a ele todos os dias. Ramos apresentou um ciclo na vida de Maria José, que é obrigada a largar os estudos para ajudar nas tarefas diárias da família. Assim como todas as Marias em sua infância, Maria José gosta mesmo é de "desenhar palavras" em seu caderno.
Repreendida pela mãe, Maria vai ao quintal executar as tarefas da casa. De forma muito interessante, Ramos mostra a repetição deste ciclo passando ao menos por três gerações. Assim, com toques de humor, o diretor cearense consegue falar em oito minutos sobre a triste situação socioeconômica vivida por muitas gerações de pessoas no Brasil que deixam seus sonhos para trabalhar e ganhar o sustento. Por meio dele pode se refletir sobre o fato de que historicamente as condições econômicas têm colocado, não apenas a mulher nordestina, mas muitos de nós na situação de marginalização. Segundo Michel Foucault (2001) marginal é todo aquele a quem é negado o direito de integração, por falta de educação e por falta de oportunidade, o que nos leva a inferir que Maria de “Vida Maria” representa os mais quinze milhões de brasileiros, segundo o IBGE 2010, que vivem à margem da sociedade, longe da escola deixando a cada dia seus sonhos de lado.
REFERÊNCIAS:
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. 24 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
IBGE 2010. Disponível WWW.ibge.gov.br
 * trabalho apresentado como poster no II Congresso Internacional de História da UFG/Jataí, no período de 26 a 30 de setembro de 2011

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